Casablanca

Casablanca ( 1942) Quando se fala em “Casablanca”, é comum pensar-se em um filme romântico, mas ele foi rodado e lançado no auge da Segunda Guerra Mundial, tendo o conflito como pano de fundo e um foco especial no significado da dicotomia opressão-liberdade (entenda-se, no caso, nazismo e anti-nazismo)

EUA - 1942 - P&B - 102min
Direção=Michael Curtiz
Elenco = Humphrey Bogart,Ingrid Bergman,Paul Henreid,Claude Rains

Casablanca, vencedor de três Oscar, em 1943, é considerado pela maioria dos críticos o maior clássico de Hollywood, mas transcende meras categorizações, transitando do clássico ao cult e constando em diversas listas de “filmes do século”, inclusive em uma delas como a obra cinematográfica mais marcante de todos os tempos.

Há duas fases distintas na trama: a primeira ocorre quando os alemães invadem e ocupam Paris; a segunda passa-se na cidade que dá título ao filme: Casablanca, no Marrocos, sob domínio da França de Vichy, um local efervescente, onde se cruzam pessoas de várias procedências, especialmente aquelas que procuram fugir dos tentáculos nazistas, mormente rumando por avião ao neutro Portugal.

Sinopse (atenção! spoiler!):
Durante a Segunda Guerra Mundial, a cidade de Casablanca, localizada no Marrocos, então governado pela França de Vichy, era o penúltimo ponto na rota à América. Os refugiados que ali residiam necessitavam de um visto (Letter of transit) para Portugal, e apenas em Lisboa embarcariam em um navio para o Novo Mundo. Um dos locais de encontro era o bar Rick´s.

Seu dono, Rick Blaine (Humphrey Bogart) é um homem que tenta não se envolver com a política, pois seu estabelecimento é freqüentado por todos os tipos de clientes, como nazistas, aliados, ladrões, entre outros. Rick também é amigo do corrupto Capitão Renault (Claude Rains).
Um dia ,um major alemão (Conrad Veidt) vai a Casablanca em busca de um ladrão que havia roubado duas letter of transit. O casal que necessitava destes documentos para sua fuga à América era Ilsa Lund (Ingrid Bergman) e Victor Lazlo (Paul Henreid), importante líder da resistência Tcheca.
Em flashback, o telespectador retorna à época da ocupação de Paris: enquanto cidades são invadidas pelos alemães, duas pessoas conseguem viver um romance intenso e inesquecível em Paris.


O que torna a história mais interessante é exatamente a impossibilidade deste amor continuar. O roteiro e os diálogos do filme dirigido por Michael Curtiz, em 1942, são perfeitos nesse sentido. llsa, interpretada pela bela atriz sueca lngrid Bergman, apaixona-se por Rick, o charmoso Humphrey Bogart, mas, em vez de fugir com ele de Paris, manda-lhe um bilhete de despedida na estação de trem. Ele parte sem entender o que havia acontecido.



Anos depois já em Casablanca, ela reaparece com seu marido, o herói Victor Laszlo, justamente no Rick's Bar, do qual o personagem de Bogart é dono. Eles estão à procura de um meio de fugir para a América. Rick e Ilsa se encontram e relembram o passado que tiveram juntos. Na tela, a música imortal deste relacionamento (As time goes by) é interpretada por Sam (Dooley Wilson).O sofrimento de Rick ao vê-la é inevitável e ela fica novamente dividida entre seus dois amores. O final é realmente surpreendente. Mas o sucesso do filme, que até hoje continua ganhando muitos fãs de todas gerações, explica-se pela fórmula bem-dosada de romance, humor, intriga e suspense.

Momentos marcantes do filme:


= O clima fica tenso quando o líder da resistência francesa Victor Laszlo desafia os nazistas, levando os freqüentadores do bar a cantar o hino da França, A Marselhesa, abafando as vozes dos alemães que entoavam um hino germânico ao piano.

= São memoráveis os diálogos do filme, com deliciosas frases salpicadas de ironias, verdades, blefes, chavões e outros ingredientes.

Eis alguns exemplos:


Ao investigar um assassinato, o sarcástico chefe de polícia ordena a seus comandados:
- Prendam os suspeitos de sempre.

Quando um nazista sugere a Rick (Bogart) que a Alemanha poderia invadir os EUA, ele diz:
- Há certos locais de Nova York que eu não os aconselharia a invadir.

= Um dos diálogos mais famosos é entre Ilsa (Bergman) e o cantor Sam:
Ilsa: Toque uma vez, Sam. Pelos bons velhos tempos.

Sam: Eu não sei o que você quer dizer, Senhorita Ilsa.

Ilsa: Toque, Sam. Toque "As Time Goes By".

= No final do filme, o capitão Renault joga a garrafa de água Vichy no lixo num claro protesto contra o protecionismo francês.

Prêmios: 0scar de Melhor Filme, Diretor e Roteiro. Indicações para Melhor Ator (Humphrey Bogart), Ator Coadjuvante (Claude Rains) e Edição.Prêmios e Indicações: Melhor Filme, Melhor Diretor para Michael Curtiz, Melhor Roteiro para Julius J. e Philip G. Epstein,
Indicado a Melhor Ator Principal para Humphrey Bogart, Melhor Atriz Principal para Ingrid Bergman, Melhor Ator Coadjuvante para Claude Rains, Melhor Edição para Owen Marks e Melhor Música para Max Steiner no Oscar;
Escolhido para o Registro Nacional de Filmes pela Junta Nacional de Preservação de Filmes (EUA) em 1989.
Escolhido como 2º Grande Filme na lista dos 100 Grandes Filmes do Instituto de Filmes Americanos em 1998

Fontes: Wikipedia, cineclick, IMDb, Cineminha

Um comentário:

blog disse...

Parabéns pelo blog

Há muitos filmes que fazem referência a Portugal

Alguns exemplos no seguinte blog

http://portugal-mundo.blogspot.pt/search/label/II%20Guerra%20Mundial

Mas há muito mais:


International Lady (1941)
The Lady Has Plans ( 1942)
The Hairy Ape ( 1944)
Escape to danger (1944)
Lisbon story de Paul Stein (1946)
Jewels of Brandenburg (1947)
I Deal in Danger (1966)
The Secret Door (1964)